The Witcher é o primeiro jogo do estúdio CD Projekt, e vendeu 1.5m+ cópias, o que é surpreendente considerando que o estúdio era pequeno e como tal não tinha grandes meios publicitários. O jogo foi feito num Aurora engine ligeiramente modificado, o mesmo engine de Neverwinter Nights 2. Todo o jogo foi baseado no universo da série de livros pelo mesmo nome, de Andrzej Sapkowski.
O sistema de combate não é o clássico "turn based" dos RPGs japoneses, e ao invés disso opta por um sistema de combos com o rato, alterados com vários estilos de combate governados pelo teclado, e ainda vários feitiços também controlados pelo rato. Enquanto que não está integrado perfeitamente, o sistema de combate é novo e divertido, assemelhando-se mais a um jogo hack-and-slash do que a um RPG. O personagem pode ser melhorado de várias maneiras, como upgrades aos feitiços, estilos de luta com espadas diferentes e conhecimento sobre monstros que permite extrair ingredientes para fórmulas das mais diversas poções. O sistema de alquimia está muito bem feito, com poções bastante distintas umas das outras, desde poções que aumentam agilidade e percepção do tempo a poções de visão nocturna. É quase impossível passar o jogo em normal sem recorrer ao sistema de alquimia.
Os Witchers são uma comunidade de humanos que criou vários compostos mutagénicos e recorre a feitiçaria para alterar geneticamente o seu corpo, de maneira a ganhar habilidades sobrenaturais, como força e agilidade, assim como uma resistência incomum a venenos e a mutagénicos. Esta foi a maneira criada pela humanidade para combater as criaturas estranhas que habitam o mundo, desde monstros do folclore europeu a espíritos atormentados. Os witchers vendem os seus serviços a quem necessita e tem dinheiro, mas por não serem completamente humanos são olhados com escárnio pelo resto da sociedade.
O jogo começa com o personagem principal, Geralt, supostamente morto, a ser perseguido por algo, e a ser salvo pela comunidade que o treinou. Depois de acordar, uma tropa de bandidos e mercenários assaltam o castelo onde está hospedado, e roubam os segredos das fórmulas alquimias dos Witchers. A partir daí, Geralt parte numa busca pelos invasores, e eventualmente depara-se no meio de uma luta entre duas facções; A humana (Que odeia não-humanos da mesma maneira que skinheads odeiam pretos), e a não-humana (composta por Elfos e Anões que cometem actos de terrorismo em prol da sua "liberdade" e "igualidade").
Em certas partes do jogo, Geralt tem de fazer várias decisões, umas díficeis, outras não, que afectam o rumo da história e a maneira como os personagens reagem à sua presença. O jogo tem 3 finais distintos.
A música do jogo, diga-se desde já, é bastante boa, e puxa-nos para o mundo que rodeia Geralt.
Aconselho vivamente a quem goste de uma boa história que não seja o cliché japonês "três rapazes do 7º ano têm de salvar o mundo!", ou a fãs de RPGs de acção.