Tens jeito miuda.
Vou te combater.
São João da Madeira, Terça-Feira dia 28 de Outubro de 2008
Acordo e custa-me a levantar. Olho para o despertador e vejo os minutos a passar. Enrosco-me nas profundas mantas escaldantes enquanto ouço o meu irmão a levantar. Faz o favor de vir ao meu quarto e berrar: Nao tens hoje aula para veres o tempo a passar?
Puxo dos lençóis e da cama dou o pular. Vou pro chuveiro e fodo-me enqt me ouço a cantar. Berro, berro, berro, e nada sai senão merda do meu chilrear. Safoda mais esta merda, vou mas é para a escola passear. Dez minutos passam enquanto procuro a pasta para o autocarro apanhar. Acelero o meu andar e toca a despachar. Entretanto, chego à escola.
Ponho o pé fora do autocarro e logo o cheiro a merda vem me ao nariz. Espera-se tudo de mim menos que eu esteja feliz. Onde é que alguém pode se sentir assim no meio daquele chafariz. Chafariz de Gilbertos a voar por cima de mim. É quase tão doloroso como quando me sento no selim. Filha da Puta da bicicleta, vou mas é pular no trampolim. Sinto um frio de rachar e não posso usar o setim. Dizem-me que não posso usar roupar cor de carmim. Ah foda-se, esta merda é o quê?
Vou para a aula de Psicologia e ouço gritos histéricos. Felicidade do caralho, por ver voar macacos esféricos. Já vem um gajo de autocarro que é pior que telesféricos. Esta merda só acontece porque somos ibéricos. Vamos a Inglaterra, as escolas cheiram a orvalho. Não como em Portugal, que cheiram mal como o caralho. Encosto-me à cadeira e é logo pro trabalho. Nao há descanço para o menino, só querem é brincar com o mangalho.
Finalmente imagino o tocar da campainha telecomandada, bazo do meu lugar e preparo-me para longa caminhada. Desde a sala até lá fora, é uma correria desnorteada. Putos aos empurrões, ranho a escorrer, tanta merda acumulada. Escumalha escolar até encher a porta encravada. Aquela porta que nos obriga a passar o dedo na máquina avariada. Putos que levantam o dedo antes do tempo, só apetece mandar logo uma cabeçada. Juro que ando sem paciência para ver tanta nojeira agarrada. Vou levar o taco de basebol, e vai tudo a cacetada.
O que vale é que o dia tá para acabar e eu estou quase esgotado. Nao é que tenha me mexido ou que tenha trabalhado, apenas porque o tédio está acumulado. Tá'q'o'pariu, tou a combater o texto do Amacacado. Tanto Gilberto que ele tirou e nenhum foi dado. Estou tão Frustado. Vou dormir.
Quarta-Feira, dia 28 de Outubro de 2008.
Acordei exaltado a pensar que hoje era dia especial. Para meu espanto, sou avisado que o tempo é me prejudicial. Ah foda-se, duas camisas ah escolha, mesmo tangencial. Camisa A ou camisa B, a variedade é descumunal. Será que nao posso usar um casaquito lá no centro prisional? Que regra tão banal. Lá me decidi pela camisa A, já que a B tem de durar até ao Carnaval. Já como o outro usou, tamanha fantasia emocional.
Sete e cinquenta e quatro alertava o bip do despertador. Fujo de casa com fogo no cú e a velha avisa que o bus tava com fulgor. Não há minuto que se atrase, que merda de rigor. O que vale é que havia quem me levasse e nesse dia entitulei-o de meu salvador.
De volta a escola, que merda de fedor. Nao há dia que nao sinta aquele cheiro de bolor. Sessão especial de Naruto, que falácia, que dor. Não há dia que ganhe em lá ir, que grande perdedor. Quem me dera ser vencedor. Vencer e ganhar uma viagem ao esplendor. Um local diferente, um local encantador. Não com portas descaídas ou patrões de mau humor. Só quero é paz e amor.
Entro na sala e é logo pro meu encosto. Rezo todos os dias que aquilo seja alvo de fogo posto. Que queime tudo, que grande gosto.
Falemos de coisas sérias, coisas do tipo doença e ramificações. Coisas por aí fora, do mesmo género com as mesmas intensões. Vou cair até cinco, morrer para chamar atenções. Acho que isso faz falta para certos murcões. Mais vale ver mamas e dizer Ósh, que melões. Pensem lá o que quizerem, nao sou viciado mas há mais uns quantos taradões. Nem que seja uma farsa para nao mostrar o quão são viadões.
Mas vá lá que este dia está para acabar e eu já não aguento mais o andar. Nao sinto os dedos do pé direito de tantas bolas chutar. Que frio de rachar. Agora já nem as pernas sinto ao caminhar. Vou me deitar. Estou com vontade de cagar, mas o preto há de esperar. O dia de amanhã é grande não vá ele estar ansioso por se afogar. Deixa-me é estar calado antes que venha aí um preto me enrrabar. Vou contar até três e o David vai entrar. É a vez dele se desembuchar. A nao ser que o João queira participar e mostrar a garra de Ovar.
Estou sem ideias.
Sexta-Feira dia 30 de Outubro de 2008
Até que enfim, o dia mais esperado. Bazei logo de casa e fui pro atrelado. Com a pressa quase merda pisei, mas pura sorte, acertei mesmo ao lado. Acelerei o passo e pus me a correr por dois segundos que nao me mandavam foder. Cheguei a tempo e entrei desmandado. Sentei-me no banco, que merda, estava gelado. Fechei os olhos e vi o tempo passar, acordei em cima da hora e todo ramelado. Jazus, mais uma vez aquele cheiro a morto, algo me dizia que dia ia pro torto. Nao interessa, entrei encantado, uma aula de fisica para a terminar amelindrado. Hora do banho, protegam os vossos cús. Está na hora de terminar estes taboos. Nada de paneleirices à minha beira, senão ah merda pegada, vai tudo à caçadeira.
Tudo bem, estou a salvo, tomei banho rápido e nao fui o grande alvo. Quem terá sido o sorteado para terminar todo enrabado?
Saltei para portugues, para ouvir alguns textos. Políticas e Humanidade, só pretextos. Onde estão as famosas teorias que deviam dar que falar? Onde estão aqueles textos destinados a matar? Fazer sentir o tremer dos colhoes, chorar desalmadamente por seus perdoes. Agora não há volta a dar, siga para outra que esta já está a enjoar. Descobri mortalmente que Campos era rabeta. Fiquei estupefacto, havia de aparecer morto numa tarjeta. Se nao for com um tiro, há de ser com um cometa. Tava todo emocionado, agora já nem consigo recorrer à punheta. Nem cona o seduz, nem a merda duma teta.
Tocou e saí a correr para o carro. Queria correr mas as pernas pareciam barro. Queriam se desfazer, assim como o meu catarro. O que vale é que nem fumo nem suporto o cheiro do cigarro. Vá puxa me daí, que eu juro que me amarro.
Entrei de rompante, parecia um trovão. A música da rádio já me fazia impressão. Mas pior era mesmo a comichão. Primeiro nas costas, depois no colhão. Há de alguem entender a sua razão. Que escolha impressionante, antes isso que morrer de coração. Vá lá que isto não tem motivo nem é uma conspiração. É apenas intriga, uma mera revolução. Sim porque a vida custa e não há ninguem que me dê um tostão. Há que trabalhar, senão acabo a levar no bujão. Sei que a vida tá cara, mas não há cá disposição. Para levar no cú, já há um campeão. Nao digo nomes nem faço questão. Só quero descanço e nada de desilusão. Siga pro Restaurante tomar uma grande refeição.
Ah, bela omolete junto com salada. Nao faltou o pão, senao tava a refeição estragada. Comi que nem um cavalo e já sentia uma cagada. Fui a correr pra sanita antes que a merda fosse largada. Cairia tipo splash no meio da caminhada. Que vale é que o cú tem musculos e mantiveram-na agarrada. Mal cheguei foi uma corrida amalucada. Era tanta merda a lutar pela sobrevivência. Digo isto por tamanha experiência. De tantas cagadas, já sofro de incontinência. O que vale é que há fraldas para segurar a fradulência. Meu Deus, com merda não vou ah falência. Tenho merda para dar, merda pra gerência. Daquela espelunca onde passo tempo de dormência.
Ainda bem que é sexta feira
O MEU DIARIO DO SECUNDARIO